terça-feira, 19 de janeiro de 2010

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PRÓLOGO


Cheguei a Medellín, em uma manhã chuvosa, com o objetivo de entrevistar o brasileiro que se tornou um dos membros mais importante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
Antes da minha viagem, trocamos inúmeros telefonemas e “e-mails”, até que ele concordasse em contar sua história para transformá-la em um livro. Hospedei-me no Hotel Porton e fiquei a espera de um guia que me levaria até Bogotá e depois à região de Vaupés ao sul da Colômbia.
Na manhã do dia seguinte, encontrei no restaurante do hotel o guia, que usava o codinome de Saraiva. Tomamos um bom café e depois partimos em um carro antigo, uma camionete Chevrolet, com a missão de percorrer mais de 1000 km. Primeiro de Medellín até Bogotá e depois a São José na região de Guaviare. Por fim, o caminho mais difícil, até a base de Mitú - capital do Departamento Colombiano de Vaupés, localizada na região mais oriental do país - na região Amazônica, limite com o Brasil, onde encontraria o brasileiro Domingues.

Três dias depois estávamos no meio da Selva Amazônica, em um acampamento simples das FARC.
À beira de um fogo de chão, sentei-me em frente a Domingues, que se satisfazia com um charuto entre os dedos.

Perguntei quando gostaria de começar a narrar a sua história, ele me olhou profundamente e disse:

- Você está pronto?


Fui objetivo e respondi:

- sim

- Agora! Disse Domingues. Mas tem uma condição antes...

- Tudo bem o que o senhor quiser.

- Só eu falo, do início ao fim e você apenas escreve!

- Tudo bem!

A partir desse instante, o guerrilheiro Domingues começou a contar sua história:

Um grande engano mudou minha vida para sempre...(deu uma puxada no charuto)...

... Tudo começou no Hotel Hilton, em uma sexta-feira à noite...



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